M. VILAS
DIRETOR
BIBLIOTECA MAÇÓNICA
A narrativa da biblioteca do Grande Oriente Lusitano é uma história cheia de peripécias, muito rica em detalhes, e que começa na década de 70 do século XIX. Em 1873, Henrique Jerónimo de Carvalho Prostes, obreiro do Grande Oriente Lusitano Unido, começa a organizar uma pequena biblioteca que continha anuários, boletins e publicações diversas. No espaço de cinco anos, a biblioteca já contava com cerca de cinco centenas de obras de grande valor historiográfico maçónico.
Em 17 de novembro de 1879, o Grémio Lusitano compra o Palácio da Travessa do Guarda-mor e, em maio de 1880, são transferidos todos os seus serviços, passando o Palácio a albergar também a Biblioteca Maçónica. Esta vai ganhar um novo espaço, mais amplo, que permite aos obreiros uma melhor consulta das obras disponíveis.
Apesar das várias vicissitudes, em novembro de 1906, numa distribuição de espaço no Palácio, a biblioteca foi transferida para o 1º andar. Nos anos seguintes, o Conselho da Ordem do Grande Oriente Lusitano Unido vai apostar na compra de novas obras e na sua organização. Em 1914, é nomeado como bibliotecário o ator e professor do Conservatório António Pinheiro.
Na noite de 8 para 9 de dezembro de 1918, um grupo de militares e civis assaltam a sede do Grande Oriente Lusitano Unido. Os estragos foram incalculáveis, muitos livros e documentos foram roubados e rasgados.
A consequência deste acontecimento teve repercussões nefastas e duradouras. A biblioteca esteve encerrada durante anos, desorganizada e ao abandono. Em 1924, Esteves Câmara é nomeado como bibliotecário para catalogar e organizar a biblioteca. Em finais de 1925, a reorganização da biblioteca estava concluída. Mesmo após o 28 de maio de 1926 e as revoltas contra a Ditadura, a Direção procurou valorizar a biblioteca.
A biblioteca crescia, também, com a boa vontade dos obreiros e das suas várias generosas doações. É graças a esses donativos que podemos, ainda hoje, encontrar obras raras no seu espólio.
No dia 16 de abril de 1929, o Palácio foi cercado por forças da Polícia e da Guarda Republicana que prendeu todos os que se encontravam no local. A partir dessa data, o acesso ao edifício era limitado à direção e funcionários, até ser o mesmo totalmente selado, com todo o seu recheio, incluindo a Biblioteca.
A publicação da Portaria, em Diário do Governo n.º 22, II Série, de 27 janeiro de 1937, determina a espoliação e entrega dos bens do Grémio Lusitano à Legião Portuguesa. Alguns dos objetos e livros foram depositados no Ministério das Finanças e outros levados para a Polícia de Vigilância e Defesa do Estado.
Após o 25 de Abril de 1974, com a devolução do Palácio, em 7 de maio, pela Junta de Salvação Nacional, a direção do Grande Oriente Lusitano procurou recuperar o espólio documental e bibliográfico. A muito custo, a biblioteca foi sendo reorganizada, fruto do trabalho de A. H. de Oliveira Marques e alguns colaboradores. Em 1982, era publicado um catálogo com o fundo bibliográfico.
Localizada no 1º andar do Palácio, a biblioteca conta com cerca de treze mil títulos, entre monografias, folhetos e boletins e revistas, divididos entre uma área reservada e uma área disponível: a primeira constituída por obras que, pela sua raridade, antiguidade ou estado de conservação não se encontram acessíveis ao público em geral, ao passo que a segunda é o produto de aquisições ou doações recentes e aberta à consulta dos utilizadores.
A biblioteca do Grande Oriente Lusitano é um reservatório de memória e um canal para o estudo da história da maçonaria, que se pretende um espaço aberto à promoção e reflexão.
Consultas
biblioteca@gremiolusitano.pt
BIBLIOTECA MAÇÓNICA
A narrativa da biblioteca do Grande Oriente Lusitano é uma história cheia de peripécias, muito rica em detalhes, e que começa na década de 70 do século XIX. Em 1873, Henrique Jerónimo de Carvalho Prostes, obreiro do Grande Oriente Lusitano Unido, começa a organizar uma pequena biblioteca que continha anuários, boletins e publicações diversas. No espaço de cinco anos, a biblioteca já contava com cerca de cinco centenas de obras de grande valor historiográfico maçónico.
Em 17 de novembro de 1879, o Grémio Lusitano compra o Palácio da Travessa do Guarda-mor e, em maio de 1880, são transferidos todos os seus serviços, passando o Palácio a albergar também a Biblioteca Maçónica. Esta vai ganhar um novo espaço, mais amplo, que permite aos obreiros uma melhor consulta das obras disponíveis.
Apesar das várias vicissitudes, em novembro de 1906, numa distribuição de espaço no Palácio, a biblioteca foi transferida para o 1º andar. Nos anos seguintes, o Conselho da Ordem do Grande Oriente Lusitano Unido vai apostar na compra de novas obras e na sua organização. Em 1914, é nomeado como bibliotecário o ator e professor do Conservatório António Pinheiro.
Na noite de 8 para 9 de dezembro de 1918, um grupo de militares e civis assaltam a sede do Grande Oriente Lusitano Unido. Os estragos foram incalculáveis, muitos livros e documentos foram roubados e rasgados.
A consequência deste acontecimento teve repercussões nefastas e duradouras. A biblioteca esteve encerrada durante anos, desorganizada e ao abandono. Em 1924, Esteves Câmara é nomeado como bibliotecário para catalogar e organizar a biblioteca. Em finais de 1925, a reorganização da biblioteca estava concluída. Mesmo após o 28 de maio de 1926 e as revoltas contra a Ditadura, a Direção procurou valorizar a biblioteca.
A biblioteca crescia, também, com a boa vontade dos obreiros e das suas várias generosas doações. É graças a esses donativos que podemos, ainda hoje, encontrar obras raras no seu espólio.
No dia 16 de abril de 1929, o Palácio foi cercado por forças da Polícia e da Guarda Republicana que prendeu todos os que se encontravam no local. A partir dessa data, o acesso ao edifício era limitado à direção e funcionários, até ser o mesmo totalmente selado, com todo o seu recheio, incluindo a Biblioteca.
A publicação da Portaria, em Diário do Governo n.º 22, II Série, de 27 janeiro de 1937, determina a espoliação e entrega dos bens do Grémio Lusitano à Legião Portuguesa. Alguns dos objetos e livros foram depositados no Ministério das Finanças e outros levados para a Polícia de Vigilância e Defesa do Estado.
Após o 25 de Abril de 1974, com a devolução do Palácio, em 7 de maio, pela Junta de Salvação Nacional, a direção do Grande Oriente Lusitano procurou recuperar o espólio documental e bibliográfico. A muito custo, a biblioteca foi sendo reorganizada, fruto do trabalho de A. H. de Oliveira Marques e alguns colaboradores. Em 1982, era publicado um catálogo com o fundo bibliográfico.
Localizada no 1º andar do Palácio, a biblioteca conta com cerca de treze mil títulos, entre monografias, folhetos e boletins e revistas, divididos entre uma área reservada e uma área disponível: a primeira constituída por obras que, pela sua raridade, antiguidade ou estado de conservação não se encontram acessíveis ao público em geral, ao passo que a segunda é o produto de aquisições ou doações recentes e aberta à consulta dos utilizadores.
A biblioteca do Grande Oriente Lusitano é um reservatório de memória e um canal para o estudo da história da maçonaria, que se pretende um espaço aberto à promoção e reflexão.
Consultas
biblioteca@gremiolusitano.pt
M. VILAS
DIRETOR