Grande Oriente Lusitano - Maçonaria Portuguesa

CRONOLOGIA

CRONOLOGIA

1727

  • A introdução da Maçonaria em Portugal data do 1º quartel do séc. XVIII. Por volta do ano de 1727 é fundada em Lisboa, por comerciantes britânicos, uma Loja que ficou conhecida nos registos da Inquisição como “Loja dos Hereges Mercantes”. 

1733

  • É fundada em Lisboa uma segunda Loja, Casa Real dos Pedreiros-Livres da Lusitânia, composta essencialmente por irlandeses, comerciantes, médicos, frades, entre outros. A figura mais conhecida era o húngaro Carlos Mardel. Engenheiro militar, destacou-se como um dos arquitetos na reconstrução de Lisboa pós-terramoto de 1755. 

1735

  • A Loja “Hereges Mercantes” regulariza-se e filia-se na Grande Loja de Londres, onde obteve, inicialmente, o número 135 e mais tarde o 120. 

1738

  • Abril, Bula In Eminenti Apostolatus Speculapapal, do Papa Clemente XII a condenar a Maçonaria.

1741

  • É constituída a terceira Loja em Lisboa. Fundada por John Coustos, esteve no ativo durante dois anos, o seu corpo de obreiros era constituído, essencialmente, por estrangeiros, mercadores e católicos. John Coustos, nasceu na Suíça, naturalizado, mais tarde, inglês. Lapidário de diamantes, protestante, foi venerável da Loja.

1743

  • A Loja de Coustos é denunciada à Inquisição, muitos dos maçons da Loja foram presos, torturados e sentenciados. A ação levada a cabo pela Inquisição terá afrouxado a atividade maçónica em Portugal.

 1750

  • Subida ao trono de D. José I e nomeação do Marquês de Pombal para Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra. A partir da década de 50, a Maçonaria volta a ganhar um novo fôlego. A governação do Marquês de Pombal traz estabilidade e tolerância à atividade maçónica, sendo fundadas várias Lojas, militares e civis, no país.

1755

  • 1 de novembro, terramoto de Lisboa. O Marquês de Pombal incumbiu um grupo de engenheiros portugueses e estrangeiros da reconstrução da cidade assente num novo traçado arquitetónico, com pontos de fuga e de concentração. A partir dessa data os edifícios foram construídos com estruturas em madeira, as gaiolas pombalinas, para resistir a novos sismos. Um dos engenheiros responsáveis é Carlos Mardel, maçon.

1777

  • Morte de D. José I e destituição do Marquês de Pombal.

1791 – 1792

  • Pela segunda vez, é desmantelada toda a organização maçónica. As perseguições que se seguiram impedem muitos maçons de reunir e muito foram presos.

1792

  • Fevereiro, Edital da Inquisição contra os “pedreiros-livres” e os “libertinos“.

1798

  • Foram constituídas quatro Lojas inglesas em Lisboa, das quais três eram compostas por militares do corpo expedicionário inglês, enquanto a outra integrava civis e portugueses. As Lojas estavam filiadas na Grande Loja de Inglaterra e receberam os números 94, 112, 179 e 315.
  • A partir deste período até à constituição do Grande Oriente Lusitano a Maçonaria foi crescendo, tendo sido fundadas várias Lojas em Portugal continental e ilhas. A maçonaria tinha, então, no seu seio vários quadrantes da sociedade: militares, comerciantes, clero e gente ilustre das artes e da ciência tais como: abade Correia da Serra, Ribeiro Sanches, Avelar Brotero, José Liberato Freire de Carvalho, Domingos Sequeira, entre outros.

1801

  • Reunião no palácio onde habitava Gomes Freire de Andrade, com cerca de quase duas centenas de maçons, onde foi constituída uma “Comissão do Expediente” composta por seis membros, encarregada de orientar a maçonaria portuguesa até à constituição de uma Grande Loja.

 

1802

  • Abril, Hipólito José da Costa desloca-se a Londres para negociar com a Grande Loja de Inglaterra o reconhecimento de uma Grande Loja em Portugal.
  • 12 maio, acordo com a Grande Loja de Inglaterra para estabelecer em Portugal uma Grande Loja segundo os “princípios da Antiga Maçonaria“. O 12 de maio de 1802, passou a ser a data oficial para assinalar a constituição da Grande Loja Portuguesa, oficialmente denominada, Grande Oriente Lusitano.

 

1804

  • Abril, Tratado de amizade entre o Grande Oriente Lusitano e o Grande Oriente de França.
  • Eleição do primeiro Grão-Mestre, Sebastião José de Sampaio de Melo e Castro Lusignan.

 

1806

  • Julho, votação e aprovação da primeira Constituição Maçónica Portuguesa, composta por 199 artigos, agrupados em 14 capítulos.
  • As invasões francesas marcaram uma nova vaga de perseguição à Maçonaria, em particular na segunda e terceira vaga. Durante esse período muitos maçons foram considerados jacobinos, colaboracionistas e traidores, mesmo os mais patriotas e até aqueles que lutaram contra o poderio francês.  A Intendência Geral da Polícia da Corte e do Reino tinha receio que os maçons pudessem constituir uma força colaboracionista com os invasores. As prisões de muitos maçons foram acompanhadas de buscas às residências e apreensão de documentação.

 

1807

  • Novembro, entrada das forças napoleónicas em Portugal, comandadas pelo general Junot – 1.ª invasão. Fuga da família real para o Brasil.

1809

  • Janeiro, chegada da família real e da corte ao Brasil, que ali irá ficar até 1821.
  • Março, 2ª invasão francesa, liderada pelo general Soult.
  • 27 a 30 de março, foram presas em Lisboa várias figuras proeminentes, dignatários do Grande Oriente Lusitano, como José Aleixo Falcão de Gamboa Fragoso Vanzeller, Grão-Mestre interino.

1810

  • Fevereiro, tratado do comércio Luso-Britânico que permite a abertura direta dos portos brasileiros ao comércio inglês. Este tratado terá graves consequências económicas para Portugal.
  • Junho, 3ª invasão napoleónica, liderada pelo Marechal Massena.
  • 10 a 13 de setembro, cerca de 50 pessoas foram presas em Lisboa e embarcadas para a Ilha Terceira, nos Açores. Grande parte destes homens foram presos, ou dispersos pelas várias ilhas do arquipélago. Alguns, protegidos pela Maçonaria Inglesa, conseguiram licença para emigrar para Inglaterra, como foi o caso do antigo Grão-Mestre Sebastião José de Sampaio de Melo e Castro Lusignan. A este acontecimento chamou-se Setembrizada.

1812 – 1815

  • A partir de 1812 a Maçonaria portuguesa começa, novamente, a reorganizar-se. Com os exércitos franceses fora do território nacional encontrou-se uma estabilidade e uma tranquilidade política. Entre 1813 e 1815 foram fundadas novas Lojas, não só em Lisboa, mas também, noutros pontos do país.

1814 – 1815

  • Regresso dos deportados e exilados, como o antigo Grão-Mestre Sebastião José de Sampaio de Melo e Castro Lusignan e o Gomes Freire de Andrade.

1815

  • Proclamação do Reino Unido de Portugal e do Brasil, com capital no Rio de Janeiro.
  • Fim das guerras napoleónicas na Europa, no entanto as forças britânicas, lideradas por Beresford, mantinham-se em Portugal e continuava o protetorado inglês.

1817

  • Tentativa falhada de sublevação antibritânica contra D. João VI e a Junta Governativa britânica. Gomes Freire de Andrade e mais onze patriotas são acusados de liderar a revolta e de trair a Pátria.
  • Maio, Gomes Freire de Andrade é preso e condenado à morte, assim como os restantes acusados.
  • Outubro, Gomes Freire de Andrade é enforcado junto ao Forte de São Julião da Barra (Oeiras). Os restantes condenados são enforcados no campo de Santana, atualmente, denominado Campo Mártires da Pátria. Gomes Freire de Andrade tornou-se um símbolo contra a opressão, um símbolo pela Liberdade. Estas condenações geraram um sentimento e protestos antibritânicos, personalizado no Marechal William Carr Beresford, figura da regência britânica em Portugal.
  • Gomes Freire de Andrade tornou-se um símbolo contra a opressão, um símbolo pela Liberdade. Estas condenações geraram um sentimento e protestos antibritânicos, personalizado no Marechal William Carr Beresford, figura da regência britânica em Portugal.

1818

  • Janeiro, é fundado o Sinédrio, um movimento que pretende instaurar o Liberalismo em Portugal e o retorno do Rei a Portugal. Os membros fundadores são Fernandes Tomás, Ferreira Borges, Silva Carvalho e Ferreira Viana, todos maçons do Grande Oriente Lusitano. A maçonaria será um veículo fundamental para a estruturação e difusão do movimento.
  • 30 de março, alvará régio a declarar “criminosas e proibidas todas e quaisquer sociedades secretas”, fazendo com que todos os maçons incorressem no crime de Lesa-majestade, um crime que poderia ir desde ao confisco de bens até à pena de morte. Apesar de mais um entrave, o Grande Oriente Lusitano nunca paralisou a sua atividade.

1820

  • Agosto, levantamento militar no Porto, preparado pelo Sinédrio, com o objetivo de instaurar uma monarquia constitucional, “Criemos um governo provisório, em quem confiemos. Ele chame as Cortes, que sejam o órgão da Nação, e elas preparem uma Constituição, que assegure os nossos direitos”. (Documentos para a História das Cortes Gerais da Nação Portuguesa). Constituição da Junta Provisional do Governo Supremo do Reino, com funções administrativas, e da Junta Provisional Preparatória das Cortes, dividida em dois grupos e que teria como responsabilidade a organização das Cortes.

1821

  • Janeiro, eleição para as Cortes.
  • Julho, retorno de D. João VI e da corte a Portugal.
  • Novembro, votação e aprovação da nova Constituição do Grande Oriente Lusitano.

1822

  • Setembro, é jurada a Primeira Constituição Portuguesa.

1823

  • Maio, Vilafancada, golpe liderado pelo príncipe D. Miguel para destituir o regime liberal e que possibilitou o retorno da monarquia absolutista. As Cortes modificaram a Constituição e nomearam D. Miguel comandante-chefe do Exército, constituindo este um novo Ministério.
  • 3 de junho, dissolução das Cortes liberais.
  • 20 de junho, carta de lei, suprimindo as Sociedades Secretas “Todas as sociedades secretas ficam suprimidas, quaisquer que sejam os seus institutos ou denominações, e nunca mais poderão ser instauradas”. Recomeça a perseguição e a prisão de muitos maçons.

1824

  • Abril, a Abrilada, revolta por parte fação ultra-absolutista, encabeçada por D. Miguel e D.ª Carlota Joaquina, que colocou o Rei D. João VI e outras figuras de relevo na situação de prisioneiros durante uma semana. D. Miguel prendeu no Castelo de S. Jorge e na Torre de Belém importantes personalidades, tais como o barão de Rendufe, o duque de Palmela, maçon, e o Visconde de Santa Marta, entre outros. Considerava-os culpados de serem partidários do liberalismo e de seu pai, D. João VI, sendo sua intenção acabar com a “pestilenta cáfila de pedreiros-livres“. O golpe havia de cair no fracasso e levar ao exilio de D. Miguel.
  • Junho, decreto a perdoar todos os que tivessem pertencido a “sociedades secretas”, isentando-os.

1824 -1826

  • Durante estes dois anos os trabalhos maçónicos estiveram suspensos. Tendo retomado entre 1826 a 1828, até nova perseguição por parte das forças Miguelistas.

1826

  • Março, morte de D. João VI.
  • Abril, D. Pedro IV, maçon e Grão-Mestre da Maçonaria do Brasil, outorga a Carta Constitucional, onde ficam instituídas as Cortes Gerais, compostas pela Câmara dos Pares e pela Câmara dos Deputados; nomeia 72 pares do Reino para constituir a 1.ª Câmara e determina a realização de eleições nos termos da Carta.

1828

  • Fevereiro, regresso de D. Miguel a Portugal.
  • Março, dissolução das Cortes.
  • Maio, convocação dos três Estados, modelo absolutista.
  • Junho, aclamação de D. Miguel como Rei absoluto.

1932 – 1834

  • Durante dois anos Portugal foi palco de uma Guerra civil entre Liberais e Absolutistas.

1833

  • 8 de novembro, foi abolida a Intendência-Geral da Polícia da Corte e do Reino.
  • Durante os seis anos de reinado de D. Miguel, houve uma feroz perseguição à Maçonaria e a tudo o que a ela tivesse ligado. Foram seis anos marcados por deportações, prisões e execuções. Muitos maçons refugiaram-se em Inglaterra, como foi o caso de José Liberato Freire de Carvalho, e noutros países como França, Estados Unidos, Bélgica. Outros encontraram asilo nos Açores, na Ilha Terceira. Os Açores vão ser o baluarte do Liberalismo e o ponto de partida de D. Pedro IV para reunir as tropas contra D. Miguel.
  • Durante este período os exilados instalarão Lojas nas cidades que os acolheram, em Plymouth, Inglaterra, foram instaladas as Lojas Fidelidade, Emigração Lusitana, Virtude e Constância. Nos Açores, algumas Lojas do continente continuaram a trabalhar no arquipélago sempre que o número de exilados o permitia, como aconteceu com a Loja 15 de Setembro, Loja a que pertenceu Teotónio de Ornelas.

1834

  • Maio, rendição de D. Miguel (Convenção de Évora-Monte) e vitória dos Liberais.
  • Na década de 30 e após a vitória dos Liberais, a Maçonaria ganha um novo fulgor. A presença esmagadora de vários maçons na vitória liberal e mais tarde em órgãos como a Câmara de Deputados, fez com que muitos aderissem aos ideais maçónicos. Esta crescente adesão também foi sinónimo de uma politização e divisão no seio do Grande Oriente Lusitano. A partir de 1834 o Grande Oriente Lusitano divide-se em várias obediências Maçónicas.

1834

  • Maio, decreto de dissolução das Ordens Religiosas.
  • Constituição da Maçonaria do Sul, ou Oriente Saldanha.
  • Constituição da Maçonaria do Norte, ou Oriente Passos Manuel.
  • Substituição da Constituição Maçónica de 1821, pela anterior a de 1806.

1840

  • Constituição do Grande Oriente do Rito Escocês.

1841

  • Abril, eleição de Costa Cabral para Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano. O Cabralismo utilizou a Obediência, desde o início, para as suas ambições políticas. Em 1841, o Grande Oriente Lusitano contava com 26 Lojas e cerca de 780 obreiros, passados quatro anos o número passaria para 48 Lojas e cerca de 1440 obreiros. As admissões eram intensas e nas fileiras do Grande Oriente Lusitano encontravam-se grandes figuras da Igreja, do Exército e da Marinha, da Finança, da Economia e da Cultura do país. Entre 1841 e 1843, foram instaladas quatro Lojas militares em Lisboa com figuras marcantes da Marinha e do Exército. Esta politização e utilização do Grande Oriente Lusitano para as ambições Cabralistas acarretariam graves consequências para a Obediência.

1842

  • Constituição da Grande Loja Provincial do Oriente Irlandês.

1849

  • Constituição do Grande Oriente de Portugal.
  • Constituição da Confederação Maçónica Portuguesa.

 1852

  • Maio, Decreto-Lei de abolição da Pena de Morte para crimes políticos, proposta apresentada pelo Ministro da Justiça, António Luís de Seabra e Sousa, maçon.

1853

  • Constituição do Grande Oriente da Maçonaria Ecléctica Lusitana

1863

  • Constituição da Federação Maçónica Portuguesa

1864

  • Constituição da Confederação Maçónica Progressista de Portugal

1867

  • Junho, Decreto-lei que pôs fim à pena de morte para crimes civis, proposta redigida pelos Deputados e Ministro da Justiça Levy Maria Jordão, maçon da Confederação Maçónica Portuguesa, António Aires Gouveia, maçon do Grande Oriente Lusitano e Augusto César Barjona de Freitas. Portugal foi o primeiro país europeu a abolir a pena de morte para crimes civis.
  • Nova Constituição do Grande Oriente Português.

1860

  • Reorganização de uma Obediência com a denominação Grande Oriente Lusitano, reivindicando a herança e tradição do velho Grande Oriente Lusitano, adulteradas pelo cabralismo e pelo Grande Oriente de Portugal.
  • A 19 de fevereiro de 1860 é jurada a Constituição e o Ato Adicional que adotava o nome Grande Oriente Lusitano, este caraterizou-se por ser uma das poucas obediências que se mantinham alheias às disputas partidárias. Conseguiu desde cedo reforçar as suas relações internacionais, com a assinatura de tratados com diversas Obediências Maçónicas da Europa, América e África. Com o seu crescente prestígio viu várias Lojas espanholas apresentarem pedidos para trabalharem sob os seus auspícios. Neste contexto favorável, o Grande Oriente Lusitano reinicia os contatos para a unificação da Maçonaria portuguesa.

1862

  • Junho, fundação da obra social, Asilo de S. João, por iniciativa de José Estevão Coelho de Magalhães. 

1865 – 1868

  • Entre estes anos reúnem-se os pressupostos para a reunificação da Maçonaria portuguesa com a junção da Confederação Maçónica Portuguesa, do Grande Oriente Lusitano e do Grande Oriente de Portugal, tendo sido redigida uma Constituição do Grande Oriente da Maçonaria Portuguesa, nome que seria dado à futura Obediência.
  • No entanto a junção das três Obediências teve alguns contratempos. Em 4 de maio de 1866, é estabelecido um acordo entre o Grande Oriente de Portugal e a Confederação Maçónica Portuguesa, deixando de fora o Grande Oriente Lusitano. É através da junção destas duas Obediências que surge o Grande Oriente Português, cuja Constituição foi decretada e proclamada em 23 fevereiro de 1867.
  • Contudo, o processo de reunificação continuou em curso e o Grão-Mestre, do Grande Oriente Lusitano, Conde de Paraty, manteve os esforços para a união da família Maçónica. A 17 de agosto de 1869 era redigido o ato de união, intitulado “Ato Adicional à Constituição do Grande Oriente Português de 23 de fevereiro de 1867, Que Há de Reger interinamente o Grande Oriente Lusitano Unido – Supremo Conselho da Maçonaria Portuguesa, desde 15 de Julho de 1869 a 30 de Junho de 1870”.
  • Nasce, desta forma, em julho de 1869, o Grande Oriente Lusitano Unido – Supremo Conselho da Maçonaria Portuguesa.
  • Entre 1869 e 1872, tornou-se possível, finalmente, a unificação da Maçonaria. Em 1869, unificaram-se as três Obediências que vieram a fundir-se no Grande Oriente Lusitano, sob o malhete do Grão-Mestre, Conde de Paraty. E em 1872, a Grande Loja Provincial do Oriente Irlandês viria a integrar-se no GOLU.
  • O último quartel do século XIX, foi um grande período para a Maçonaria Portuguesa, com o crescimento de Lojas e Obreiros, não só em Portugal como além-fronteiras. Em consequência da revolução espanhola de 1868 e à irregularidade maçónica então vivida no país vizinho várias Lojas espanholas trabalharam durante anos sob a égide do Grande Oriente Lusitano Unido. O GOLU crescia para além das fronteiras, tinha Lojas em Portugal, Espanha, Roménia, Bulgária, Cabo-Verde, Angola, Moçambique, Macau e Goa.
  • Mesmo sofrendo algumas cisões, o Grande Oriente Lusitano Unido foi crescendo e grande parte da elite intelectual do país estava filiada na Obediência, no seu corpo de Obreiros faziam parte figuras como Anselmo Braamcamp, José Dias Ferreira, Joaquim António de Aguiar, António Augusto de Aguiar, Bernardino Machado, Adelaide Cabete, Mendes Leal, Carolina Beatriz Ângelo, entre outros.

1869

  • Primeira publicação do Boletim Oficial do Grande Oriente Lusitano Unido.

1876

  • Junho, fundação da Sociedade Promoto de Creches.

1879

  • Março, Fundação da Sociedade de Recreio Grémio Lusitano.
  • Novembro, Compra de um Palácio, sito na Travessa do Guarda-Mor atual Rua do Grémio Lusitano, para alojar os serviços do Grande Oriente Lusitano Unido.

1881

  • Constituição da 1ª Loja de Adopção, Filipa de Vilhena, no Grande Oriente Lusitano Unido.

1895

  • Agosto, fundação da Associação do Registo Civil e Livre-Pensamento.

1904

  • Abril, alteração dos Estatutos da Sociedade Promotora de Creches que passou a denominar-se Sociedade Promotora de Asilos, Creches e Escolas.

1906

  • Maio, início da Ditadura de João Franco.

1908

  • Fevereiro, Regicídio, o assassinato do Rei D. Carlos I e do Príncipe D. Luís Filipe.
  • O início do séc. XX, chega com o desenvolvimento do movimento republicano e a aproximação do Grande Oriente Lusitano Unido à causa. Tal como sucedeu no período Liberal, a politização do GOLU vai ser o motor para um crescimento de Obreiros e Lojas. 

1910

  • Junho, reunião no Palácio Maçónico, proposta pela Loja Montanha, que levou à formação de um comité de resistência maçónica. Comité que tinha como objetivo auxiliar “a organização da revolta com propaganda feita na classe civil, e a seguir constituiu-se um outro comité, mas só com militares”. A verdade é que a revolução do 5 de outubro não seria obra do GOLU, mas contou com a participação ativa de muitos maçons com destaque para Machado Santos, o herói da Rotunda.
  • 5 de outubro, implantação da República.
  • Novembro, publicação da “Lei do Divórcio”.

1911

  • Fevereiro, decretado pelo Governo Provisório da República Portuguesa, constituído por vários maçons, o Código do Registo Civil.
  • Abril, publicação da “Lei da Separação da Igreja do Estado“.
  • Agosto, primeira Constituição Republicana.

1912

  • Junho, reforma dos estatutos da Sociedade Promotora de Sociedade Promotora de Asilos, Creches e Escolas, e alteração da denominação para Sociedade Promotora de Escolas.
  • Se muitas vezes a politização da obediência foi um fator de divisão, agora a cisão compreendia as questões de rito e de formalidade, num braço de ferro entre o poder legislativo e executivo, a Grande Dieta e o Conselho da Ordem e o Supremo Conselho do Grau 33. A Constituição de 1914, foi contestada pelo Supremo Conselho do Grau 33 que a considerou contrária aos acordos de 1869. Este, tendo o apoio e reconhecimento de várias estruturas maçónicas estrangeiras, constitui a sua própria Obediência, o Grémio Luso-Escocês.
  • A esta nova Obediência aderiram várias Lojas e Triângulos. Segundo os dados de 1913, o Grande Oriente Lusitano Unido tinha cerca de 4400 Obreiros e 198 Lojas, após a cisão o número passa para 2800 Obreiros e 147 Lojas.

 

1915

  • Maio, revolta contra a Ditadura de Pimenta de Castro que contou com a ação de vários maçons do GOLU, Norton de Matos, Sá Cardoso, Freitas Ribeiro e Afonso Costa.
  • Julho, início da I Guerra Mundial.

1916

  • Março, entrada de Portugal na I Guerra Mundial.

1917

  • 5 de dezembro, golpe de estado protagonizado por uma Junta Militar Revolucionária, encabeçada por Sidónio Pais.
  • 27 de dezembro, Sidónio Pais assume a Presidência da República, sendo eleito por sufrágio direto em abril de 1918. Sidónio Pais, ficou conhecido como o Presidente-Rei, pela sua presidência autoritária.

1918

  • Novembro, fim da I Guerra mundial.
  • Dezembro, assalto e destruição do Pálácio Maçónico pelos apoiantes sidonistas, após uma primeira tentativa de assassinato de Sidónio País.
  •  
  • Com a instabilidade política, a politização da maçonaria pelas várias fações republicanas e a perda progressiva de obreiros, as duas Obediência encetam conversações para uma reunificação face aos acontecimentos vividos no país.
  • No final de 1925, chega-se a um entendimento, tendo a reunificação do Grémio Luso-Escocês no Grande Oriente Lusitano Unido sido efetivada em março de 1926.
  • Com a unificação da Maçonaria Portuguesa, em finais de 1926, o Grande Oriente Lusitano Unido contava com aproximadamente 3.200 Obreiros e cerca de mais de uma centena de Lojas e Triângulos em Portugal, na Europa e nas antigas colónias portuguesas.

 

1926

  • 28 maio, Golpe militar que eclodiu em Braga, sob a direção do General Gomes da Costa e que levou à queda da I República.
  • O movimento militar de 1926, não se repercutiu de forma imediata no Grande Oriente Lusitano. Muitos dos militares que participaram no golpe eram maçons do GOLU, como era o caso de Óscar Carmona, futuro Presidente da República, que fora iniciado no Triângulo n.º 1 de Chaves. Até 1929, o GOLU teve plena liberdade de ação e reunião, apesar de se sentir, ao longo do tempo, um afrouxamento da atividade e algum receio perante a situação política.

1927

  • Fevereiro, revolta falhada contra a Ditadura, com a participação de vários maçons.
  • Outubro, uma circular do Presidente do Conselho da Ordem, Dr. Ramón de La Féria, espelha a preocupação perante os acontecimentos políticos e sociais “tenebrosa construção social levada a efeito pelos jesuítas, apoiados em poderosas oligarquias financeiras e políticas manobradas a seu talante”.

1929

  • Abril, as forças de polícia e da GNR cercaram o palácio e conduziram sob prisão, cerca de meia centena de sócios, que ficaram encarcerados no Forte de Monsanto.
  • Maio, encerramento do Palácio Maçónico e impossibilidade de reunir com liberdade, dependendo o acesso do livre-arbítrio do Governador Civil.
  • Junho, O Conselho da Ordem, através da circular n.º 1, determina a triangulação das Lojas. Esta ação tinha como objetivo desmembrar as Lojas em triângulos com um número máximo de cinco Obreiros. Desta forma, não levantaria suspeitas relativamente a reuniões e permitia realizar encontros em cafés ou residências particulares.

1930

  • Janeiro, foi permitido ás Lojas o regresso à normalidade, muito embora se aconselhasse a manutenção da triangulação.
  • Março, reabertura do Palácio Maçónico.
  • Abril, Discurso de Norton de Matos aos Obreiros do Grande Oriente Lusitano Unido “perante o tremendo desastre que representará para a Nação a vitória reacionária que se está preparando, é dever nosso empregar todos os meios pacíficos e dignos de que dispomos para desviar da Pátria as calamidades que a ameaçam”.

1931 – 1935

  • O Grande Oriente Lusitano Unido encontra-se financeiramente numa situação muito grave. As contribuições para as instituições que estavam sob sua égide, os deveres de solidariedade para com os Obreiros deportados, demitidos, para com familílias, e perda de cada vez mais obrieros, arrastaram a Obediência para uma situação de quase limite. Dezenas de Lojas e triângulos cesseram toda a atividade, em 1931 o número de Obreiros baixo para metade em comparação com o ano de 1926. A consolidação do Estado Novo conduziu a um profundo declínio do Grande Oriente Lusitano Unido. A partir de 1931, o Palácio Maçónico não voltará a abrir as portas aos seus Obreiros.

1933

  • Abril, a Constituição de 1933, os alicerces para o Estado Novo

1935

  • Janeiro, apresentação na Assembleia Nacional, pelo deputado José Cabral, de um projeto de lei a proibir os cidadãos de fazerem parte de Sociedade Secretas, sob pena de serem presos, multados ou desterrados.
  • Fevereiro, Fernando Pessoa publica um artigo em defesa da Maçonaria no periódico Diário de Lisboa.
  • Maio, é publicado em Diário de Governo, n.º 115, Iª série, o Decreto-lei 1901 proibindo as Sociedades Secretas.
  • Face aos acontecimentos, o Grão-Mestre, sob o Decreto n.º 28, reedita o regime de triangulação para todas as Lojas.

1937

  • Janeiro, dissolução do Grémio Lusitano.
  • Fevereiro, entrega dos bens do Grémio Lusitano à Legião Portuguesa. Alguns dos objetos maçónicos confiscados (aventais, malhetes, insígnias) foram, mais tarde, para um Museu na Escola da PIDE em Sete Rios. A coberto da noite, vários irmãos conseguiram retirar do Palácio uma parte do arquivo pelas instalações da Tipografia Minerva Peninsular. O que restou do arquivo e da biblioteca, parte foi queimado e o restante foi entregue ao Ministério das Finanças.
  • Março, ocupação do Palácio Maçónico pelos Serviços de Ação Social e Política da Legião Portuguesa.
  • Agosto, por deliberação e edital da Câmara Municipal de Lisboa, a Rua Grémio Lusitano voltou a denominar-se Travessa do Guarda-Mor.

1939 – 1945

  • Setembro, Início da II Guerra Mundial
  • Durante este período o Grande Oriente Lusitano Unido esteve praticamente isolado. Tendo procurado, durante esse período, estreitar relações com as Maçonarias britânica e norte-americana. Contudo os esforços foram furtuitos, as Obediências anglo-saxónicas marginalizarão a Maçonaria Portuguesa alegando que não era reconhecida pelo governo do país.

1945

  • Setembro, fim da II Guerra Mundial.

1935 – 1974

  • Submetido á clandestinidade, o Grande Oriente Lusitano Unido viu as suas Lojas abaterem colunas e perder obrieros. Em abir de 1974, o GOLU contava apenas com meia dúzia de Lojas e menos de uma centena de obreiros em atividade.
    Os organismos paramaçónicos também sofreram o mesmo destino, ou desaparecem ou perderam a sua qualidade maçónica. As únicas paramaçónicas que mantiveram o seu propósito foram o Internato de S. João e a Escola-Oficina N.º1.

1974

  • 25 de Abril, a devolução da Liberdade. A revolução permitiu o reconhecimento do direito à livre expressão e reunião, “O direito à livre associação constitui uma garantia básica de realização pessoal dos indivíduos na vida em sociedade” (Decreto-Lei n.º 594/74).
  • Maio, devolução do Palácio Maçónico pela Junta de Salvação Nacional e regresso dos maçons à sua sede.
  • Dezembro, marcação de eleições gerais no Grande Oriente Lusitano, Decreto do Grão-Mestre Luís Rebordão.

1975 – 1976

  • Recuperação das relações institucionais com diversas Obediências maçónicas estrangeiras e a constituição de uma Comissão de Relações Exteriores.
  • Algumas Lojas que estavam desativadas desde a clandestinidade, voltaram aos trabalhos, tal como muitos Obreiros. A Obediência ia crescendo e recuperando a sua força e vigor.

1977

  • Edital municipal de restituição à Travessa do Guarda-Mor do topónimo anterior de Rua do Grémio Lusitano.

1978

  • Exposição evocativa do cinquentenário da morte de Magalhães Lima;
  • António Arnaut, futuro Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano e então Ministro dos Assuntos Sociais, realizava uma conferência sobre o Serviço Nacional de Saúde.
  •  

1979

  • Republicação do Boletim Oficial do Grande Oriente Lusitano, que estava suspenso desde 1931.

1984

  • Cisão no Grande Oriente Lusitano, que levou à posterior constituição da Grande Loja Regular de Portugal.

1986

  • Inauguração do Museu Maçónico Português.

2002

  • Comemoração dos 200 Anos do Grande Oriente Lusitano, realização de um conjunto de iniciativas públicas e o lançamento, por parte dos CTT, de um selo comemorativo.

2022

  • Comemorações dos 220 anos do Grande Oriente Lusitano, com a realização de um conjunto de atividades tais como palestras, edição de um livro comemorativo, entre outras.

1727

  • A introdução da Maçonaria em Portugal data do 1º quartel do séc. XVIII. Por volta do ano de 1727 é fundada em Lisboa, por comerciantes britânicos, uma Loja que ficou conhecida nos registos da Inquisição como “Loja dos Hereges Mercantes”. 

1733

  • É fundada em Lisboa uma segunda Loja, Casa Real dos Pedreiros-Livres da Lusitânia, composta essencialmente por irlandeses, comerciantes, médicos, frades, entre outros. A figura mais conhecida era o húngaro Carlos Mardel. Engenheiro militar, destacou-se como um dos arquitetos na reconstrução de Lisboa pós-terramoto de 1755. 

1735

  • A Loja “Hereges Mercantes” regulariza-se e filia-se na Grande Loja de Londres, onde obteve, inicialmente, o número 135 e mais tarde o 120. 

1738

  • Abril, Bula In Eminenti Apostolatus Speculapapal, do Papa Clemente XII a condenar a Maçonaria.

1741

  • É constituída a terceira Loja em Lisboa. Fundada por John Coustons, esteve no ativo durante dois anos, o seu corpo de obreiros era constituído, essencialmente, por estrangeiros, mercadores e católicos. John Coustos, nasceu na Suíça, naturalizado, mais tarde, inglês. Lapidário de diamantes, protestante, foi venerável da Loja.

1743

  • A Loja de Coustos é denunciada à Inquisição, muitos dos maçons da Loja foram presos, torturados e sentenciados. A ação levada a cabo pela Inquisição terá afrouxado a atividade maçónica em Portugal.

 1750

  • Subida ao trono de D. José I e nomeação do Marquês de Pombal para Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra. A partir da década de 50, a Maçonaria volta a ganhar um novo folego. A governação do Marquês de Pombal traz a estabilidade e tolerância à atividade maçónica, sendo fundadas várias Lojas, militares e civis, no país.

1755

  • 1 de novembro, terramoto de Lisboa. O Marquês de Pombal incumbiu um grupo de engenheiros portugueses e estrangeiros da reconstrução da cidade assente num novo traçado arquitetónico, com pontos de fuga e de concentração. A partir dessa data os edifícios foram construídos com estruturas em madeira, as gaiolas pombalinas, para resistir a novos sismos. Um dos engenheiros responsáveis é Carlos Mardel, maçon.

1777

  • Morte de D. José I e destituição do Marquês de Pombal.

1791 – 1792

  • Pela segunda vez, é desmantelada toda a organização maçónica. As perseguições que se seguiram impedem muitos maçons de reunir e muito foram presos.

1792

  • Fevereiro, Edital da Inquisição contra os “pedreiros-livres” e os “libertinos“.

1798

  • Foram constituídas quatro Lojas inglesas em Lisboa, das quais três eram compostas por militares do corpo expedicionário inglês, enquanto a outra integrava civis e portugueses. As Lojas estavam filiadas na Grande Loja de Inglaterra e receberam os números 94, 112, 179 e 315.
  • A partir deste período até à constituição do Grande Oriente Lusitano a Maçonaria foi crescendo, tendo sido fundadas várias Lojas em Portugal continental e ilhas. A maçonaria tinha, então, no seu seio vários quadrantes da sociedade: militares, comerciantes, clero e gente ilustre das artes e da ciência tais como: abade Correia da Serra, Ribeiro Sanches, Avelar Brotero, José Liberato Freire de Carvalho, Domingos Sequeira, entre outros.

1801

  • Reunião no palácio onde habitava Gomes Freire de Andrade, com cerca de quase duas centenas de maçons, onde foi constituída uma “Comissão do Expediente” composta por seis membros, encarregada de orientar a maçonaria portuguesa até à constituição de uma Grande Loja.

 

1802

  • Abril, Hipólito José da Costa desloca-se a Londres para negociar com a Grande Loja de Inglaterra o reconhecimento de uma Grande Loja em Portugal.
  • 12 maio, acordo com a Grande Loja de Inglaterra para estabelecer em Portugal uma Grande Loja segundo os “princípios da Antiga Maçonaria“. O 12 de maio de 1802, passou a ser a data oficial para assinalar a constituição da Grande Loja Portuguesa, oficialmente denominada, Grande Oriente Lusitano.

 

1804

  • Abril, Tratado de amizade entre o Grande Oriente Lusitano e o Grande Oriente de França.
  • Eleição do primeiro Grão-Mestre, Sebastião José de Sampaio de Melo e Castro Lusignan.

 

1806

  • Julho, votação e aprovação da primeira Constituição Maçónica Portuguesa, composta por 199 artigos, agrupados em 14 capítulos.
  • As invasões francesas marcaram uma nova vaga de perseguição à Maçonaria, em particular na segunda e terceira vaga. Durante esse período muitos maçons foram considerados jacobinos, colaboracionistas e traidores, mesmo os mais patriotas e até aqueles que lutaram contra o poderio francês.  A Intendência Geral da Polícia da Corte e do Reino tinha receio que os maçons pudessem constituir uma força colaboracionista com os invasores. As prisões de muitos maçons foram acompanhadas de buscas às residências e apreensão de documentação.

 

1807

  • Novembro, entrada das forças napoleónicas em Portugal, comandadas pelo general Junot – 1.ª invasão. Fuga da família real para o Brasil.

 

1809

  • Janeiro, chegada da família real e da corte ao Brasil, que ali irá ficar até 1821.
  • Março, 2ª invasão francesa, liderada pelo general Soult.
  • 27 a 30 de março, foram presos em Lisboa várias figuras proeminentes, dignatários do Grande Oriente Lusitano, como José Aleixo Falcão de Gamboa Fragoso Vanzeller, Grão-Mestre interino.

 

1810

  • Fevereiro, tratado do comércio Luso-Britânico que permite a abertura direta dos portos brasileiros ao comércio inglês. Este tratado terá graves consequências económicas para Portugal.
  • Junho, 3ª invasão napoleónica, liderada pelo Marechal Massena.
  • 10 a 13 de setembro, cerca de 50 pessoas foram presas em Lisboa e embarcadas para a Ilha Terceira, nos Açores. Grande parte destes homens foram presos, ou dispersos pelas várias ilhas do arquipélago. Alguns, protegidos pela Maçonaria Inglesa, conseguiram licença para emigrar para Inglaterra, como foi o caso do antigo Grão-Mestre Sebastião José de Sampaio de Melo e Castro Lusignan. A este acontecimento chamou-se Setembrizada.

 

1812 – 1815

  • A partir de 1812 a Maçonaria portuguesa começa, novamente, a reorganizar-se. Com os exércitos franceses fora do território nacional encontrou-se uma estabilidade e uma tranquilidade política. Entre 1813 e 1815 foram fundadas novas Lojas, não só em Lisboa, mas também, noutros pontos do país.

 

1814 – 1815

  • Regresso dos deportados e exilados, como o antigo Grão-Mestre Sebastião José de Sampaio de Melo e Castro Lusignan e o Gomes Freire de Andrade.

 

1815

  • Proclamação do Reino Unido de Portugal e do Brasil, com capital no Rio de Janeiro.
  • Fim das guerras napoleónicas na Europa, no entanto as forças britânicas, lideradas por Beresford, mantinham-se em Portugal e continuava o protetorado inglês.

 

1817

  • Tentativa falhada de sublevação antibritânica contra D. João VI e a Junta Governativa britânica. Gomes Freire de Andrade e mais onze patriotas são acusados de liderar a revolta e de trair a Pátria.
  • Maio, Gomes Freire de Andrade é preso e condenado à morte, assim como os restantes acusados.
  • Outubro, Gomes Freire de Andrade é enforcado junto ao Forte de São Julião da Barra (Oeiras). Os restantes condenados são enfornados no campo de Santana, atualmente, denominado Campo Mártires da Pátria.
  • Gomes Freire de Andrade tornou-se um símbolo contra a opressão, um símbolo pela Liberdade. Estas condenações geraram um sentimento e protestos antibritânicos, personalizado no Marechal William Carr Beresford, figura da regência britânica em Portugal.

 

1818

  • Janeiro, é fundado o Sinédrio, um movimento que pretende instaurar o Liberalismo em Portugal e o retorno do Rei a Portugal. Os membros fundadores são Fernandes Tomás, Ferreira Borges, Silva Carvalho e Ferreira Viana, todos maçons do Grande Oriente Lusitano. A maçonaria será um veículo fundamental para a estruturação e difusão do movimento.
  • 30 de março, alvará régio a declarar “criminosas e proibidas todas e quaisquer sociedades secretas”, fazendo com que todos os maçons incorressem no crime de Lesa-majestade, um crime que poderia ir desde ao confisco de bens até à pena de morte. Apesar de mais um entrave, o Grande Oriente Lusitano nunca paralisou a sua atividade.

 

1820

  • Agosto, levantamento militar no Porto, preparado pelo Sinédrio, com o objetivo de instaurar uma monarquia constitucional, “Criemos um governo provisório, em quem confiemos. Ele chame as Cortes, que sejam o órgão da Nação, e elas preparem uma Constituição, que assegure os nossos direitos”. (Documentos para a História das Cortes Gerais da Nação Portuguesa). Constituição da Junta Provisional do Governo Supremo do Reino, com funções administrativas, e da Junta Provisional Preparatória das Cortes, dividida em dois grupos e que teria como responsabilidade a organização das Cortes.

 

1821

  • Janeiro, eleição para as Cortes.
  • Julho, retorno de D. João VI e da corte a Portugal.
  • Novembro, votação e aprovação da nova Constituição do Grande Oriente Lusitano.

 

1822

Setembro, é jurada a Primeira Constituição Portuguesa.

 

1823

  • Maio, Vilafancada, golpe liderado pelo príncipe D. Miguel para destituir o regime liberal e que possibilitou o retorno da monarquia absolutista. As Cortes modificaram a Constituição e nomearam D. Miguel comandante-chefe do Exército, constituindo este um novo Ministério.
  • 3 de junho, dissolução das Cortes liberais.
  • 20 de junho, carta de lei, suprimindo as Sociedades Secretas “Todas as sociedades secretas ficam suprimidas, quaisquer que sejam os seus institutos ou denominações, e nunca mais poderão ser instauradas”. Recomeça a perseguição e a prisão de muitos maçons.

 

1824

  • Abril, a Abrilada, revolta por parte fação ultra-absolutista, encabeçada por D. Miguel e D.ª Carlota Joaquina, que colocou o Rei D. João VI e outras figuras de relevo na situação de prisioneiros durante uma semana. D. Miguel prendeu no Castelo de S. Jorge e na Torre de Belém importantes personalidades, tais como o barão de Rendufe, o duque de Palmela, maçon, e o Visconde de Santa Marta, entre outros. Considerava-os culpados de serem partidários do liberalismo e de seu pai, D. João VI, sendo sua intenção acabar com a “pestilenta cáfila de pedreiros-livres“. O golpe havia de cair no fracasso e levar ao exilio de D. Miguel.
  • Junho, decreto a perdoar todos os que tivessem pertencido a “sociedades secretas”, isentando-os.

1824 -1826

Durante estes dois anos os trabalhos maçónicos estiveram suspensos. Tendo retomado entre 1826 a 1828, até nova perseguição por parte das forças Miguelistas.

1826

  • Março, morte de D. João VI.
  • Abril, D. Pedro IV, maçon e Grão-Mestre da Maçonaria do Brasil, outorga a Carta Constitucional, onde ficam instituídas as Cortes Gerais, compostas pela Câmara dos Pares e pela Câmara dos Deputados; nomeia 72 pares do Reino para constituir a 1.ª Câmara e determina a realização de eleições nos termos da Carta.

1828

  • Fevereiro, regresso de D. Miguel a Portugal.
  • Março, dissolução das Cortes.
  • Maio, convocação dos três Estados, modelo absolutista.
  • Junho, aclamação de D. Miguel como Rei absoluto.

1932 – 1834

  • Durante dois anos Portugal foi palco de uma Guerra civil entre Liberais e Absolutistas.

1833

  • 8 de novembro, foi abolida a Intendência-Geral da Polícia da Corte e do Reino.
  • Durante os seis anos de reinado de D. Miguel, houve uma feroz perseguição à Maçonaria e a tudo o que a ela tivesse ligado. Foram seis anos marcados por deportações, prisões e execuções. Muitos maçons refugiaram-se em Inglaterra, como foi o caso de José Liberato Freire de Carvalho, e noutros países como França, Estados Unidos, Bélgica. Outros encontraram asilo nos Açores, na Ilha Terceira. Os Açores vão ser o baluarte do Liberalismo e o ponto de partida de D. Pedro IV para reunir as tropas contra D. Miguel.
  • Durante este período os exilados instalarão Lojas nas cidades que os acolheram, em Plymouth, Inglaterra, foram instaladas as Lojas Fidelidade, Emigração Lusitana, Virtude e Constância. Nos Açores, algumas Lojas do continente continuaram a trabalhar no arquipélago sempre que o número de exilados o permitia, como aconteceu com a Loja 15 de Setembro, Loja a que pertenceu Teotónio de Ornelas.

1834

Maio, rendição de D. Miguel (Convenção de Évora-Monte) e vitória dos Liberais.

  • Na década de 30 e após a vitória dos Liberais, a Maçonaria ganha um novo fulgor. A presença esmagadora de vários maçons na vitória liberal e mais tarde em órgãos como a Câmara de Deputados, fez com que muitos aderissem aos ideais maçónicos. Esta crescente adesão também foi sinónimo de uma politização e divisão no seio do Grande Oriente Lusitano. A partir de 1834 o Grande Oriente Lusitano divide-se em várias obediências Maçónicas.

1834

  • Maio, decreto de dissolução das Ordens Religiosas.
  • Constituição da Maçonaria do Sul, ou Oriente Saldanha.
  • Constituição da Maçonaria do Norte, ou Oriente Passos Manuel.
  • Substituição da Constituição Maçónica de 1821, pela anterior a de 1806.

1840

  • Constituição do Grande Oriente do Rito Escocês.

1841

  • Abril, eleição de Costa Cabral para Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano. O Cabralismo utilizou a Obediência, desde o início, para as suas ambições políticas. Em 1841, o Grande Oriente Lusitano contava com 26 Lojas e cerca de 780 obreiros, passados quatro anos o número passaria para 48 Lojas e cerca de 1440 obreiros. As admissões eram intensas e nas fileiras do Grande Oriente Lusitano encontravam-se grandes figuras da Igreja, do Exército e da Marinha, da Finança, da Economia e da Cultura do país. Entre 1841 e 1843, foram instaladas quatro Lojas militares em Lisboa com figuras marcantes da Marinha e do Exército. Esta politização e utilização do Grande Oriente Lusitano para as ambições Cabralistas acarretariam graves consequências para a Obediência.

1842

  • Constituição da Grande Loja Provincial do Oriente Irlandês.

1849

  • Constituição do Grande Oriente de Portugal.
  • Constituição da Confederação Maçónica Portuguesa.

 1852

  • Maio, Decreto-Lei de abolição da Pena de Morte para crimes políticos, proposta apresentada pelo Ministro da Justiça, António Luís de Seabra e Sousa, maçon.

1853

  • Constituição do Grande Oriente da Maçonaria Ecléctica Lusitana

1863

  • Constituição da Federação Maçónica Portuguesa

1864

  • Constituição da Confederação Maçónica Progressista de Portugal

1867

  • Junho, Decreto-lei que pôs fim à pena de morte para crimes civis, proposta redigida pelos Deputados e Ministro da Justiça Levy Maria Jordão, maçon da Confederação Maçónica Portuguesa, António Aires Gouveia, maçon do Grande Oriente Lusitano e Augusto César Barjona de Freitas. Portugal foi o primeiro país europeu a abolir a pena de morte para crimes civis.
  • Nova Constituição do Grande Oriente Português.

1860

  • Reorganização de uma Obediência com a denominação Grande Oriente Lusitano, reivindicando a herança e tradição do velho Grande Oriente Lusitano, adulteradas pelo cabralismo e pelo Grande Oriente de Portugal.
  • A 19 de fevereiro de 1860 é jurada a Constituição e o Ato Adicional que adotava o nome Grande Oriente Lusitano, este caraterizou-se por ser uma das poucas obediências que se mantinham alheias às disputas partidárias. Conseguiu desde cedo reforçar as suas relações internacionais, com a assinatura de tratados com diversas Obediências Maçónicas da Europa, América e África. Com o seu crescente prestígio viu várias Lojas espanholas apresentarem pedidos para trabalharem sob os seus auspícios. Neste contexto favorável, o Grande Oriente Lusitano reinicia os contatos para a unificação da Maçonaria portuguesa.

1862

  • Junho, fundação da obra social, Asilo de S. João, por iniciativa de José Estevão Coelho de Magalhães. 

1865 – 1868

  • Entre estes anos reúnem-se os pressupostos para a reunificação da Maçonaria portuguesa com a junção da Confederação Maçónica Portuguesa, do Grande Oriente Lusitano e do Grande Oriente de Portugal, tendo sido redigida uma Constituição do Grande Oriente da Maçonaria Portuguesa, nome que seria dado à futura Obediência.
  • No entanto a junção das três Obediências teve alguns contratempos. Em 4 de maio de 1866, é estabelecido um acordo entre o Grande Oriente de Portugal e a Confederação Maçónica Portuguesa, deixando de fora o Grande Oriente Lusitano. É através da junção destas duas Obediências que surge o Grande Oriente Português, cuja Constituição foi decretada e proclamada em 23 fevereiro de 1867.
  • Contudo, o processo de reunificação continuou em curso e o Grão-Mestre, do Grande Oriente Lusitano, Conde de Paraty, manteve os esforços para a união da família Maçónica. A 17 de agosto de 1869 era redigido o ato de união, intitulado “Ato Adicional à Constituição do Grande Oriente Português de 23 de fevereiro de 1867, Que Há de Reger interinamente o Grande Oriente Lusitano Unido – Supremo Conselho da Maçonaria Portuguesa, desde 15 de Julho de 1869 a 30 de Junho de 1870”.
  • Nasce, desta forma, em julho de 1869, o Grande Oriente Lusitano Unido – Supremo Conselho da Maçonaria Portuguesa.
  • Entre 1869 e 1872 tornou-se possível, finalmente, a unificação da Maçonaria. Em 1869 unificaram-se as três Obediências que vieram a fundir-se no Grande Oriente Lusitano, sob o malhete do Grão-Mestre, Conde de Paraty. Em 1872, a Grande Loja Provincial do Oriente Irlandês viria a integrar-se no GOLU, concluindo-se a unificação da Maçonaria Portuguesa.
  • O último quartel do século XIX, foi um grande período para a Maçonaria Portuguesa, com o crescimento de Lojas e Obreiros, não só em Portugal como além-fronteiras. Em consequência da revolução espanhola de 1868 e à irregularidade maçónica então vivida no país vizinho várias Lojas espanholas trabalharam durante anos sob a égide do Grande Oriente Lusitano Unido. O GOLU crescia para além das fronteiras, tinha Lojas em Portugal, Espanha, Roménia, Bulgária, Cabo-Verde, Angola, Moçambique, Macau e Goa.
  • Mesmo sofrendo algumas cisões, o Grande Oriente Lusitano Unido foi crescendo e grande parte da elite intelectual do país estava filiada na Obediência, no seu corpo de Obreiros faziam parte figuras como Anselmo Braamcamp, José Dias Ferreira, Joaquim António de Aguiar, António Augusto de Aguiar, Bernardino Machado, Adelaide Cabete, Mendes Leal, Carolina Beatriz Ângelo, entre outros.

1869

  • Primeira publicação do Boletim Oficial do Grande Oriente Lusitano Unido.

1876

  • Junho, fundação da Sociedade Promoto de Creches.

1879

  • Março, Fundação da Sociedade de Recreio Grémio Lusitano.
  • Novembro, Compra de um Palácio, sito na Travessa do Guarda-Mor atual Rua do Grémio Lusitano, para alojar os serviços do Grande Oriente Lusitano Unido.

1881

  • Constituição da 1ª Loja de Adopção, Filipa de Vilhena, no Grande Oriente Lusitano Unido.

1895

  • Agosto, fundação da Associação do Registo Civil e Livre-Pensamento.

1904

  • Abril, alteração dos Estatutos da Sociedade Promotora de Creches que passou a denominar-se Sociedade Promotora de Asilos, Creches e Escolas.

1906

  • Maio, início da Ditadura de João Franco.

1908

  • Fevereiro, Regicídio, o assassinato do Rei D. Carlos I e do Príncipe D. Luís Filipe.
  • O início do séc. XX, chega com o desenvolvimento do movimento republicano e a aproximação do Grande Oriente Lusitano Unido à causa. Tal como sucedeu no período Liberal, a politização do GOLU vai ser o motor para um crescimento de Obreiros e Lojas. 

1910

  • Junho, reunião no Palácio Maçónico, proposta pela Loja Montanha, que levou à formação de um comité de resistência maçónica. Comité que tinha como objetivo auxiliar “a organização da revolta com propaganda feita na classe civil, e a seguir constituiu-se um outro comité, mas só com militares”. A verdade é que a revolução do 5 de outubro não seria obra do GOLU, mas contou com a participação ativa de muitos maçons com destaque para Machado Santos, o herói da Rotunda.
  • 5 de outubro, implantação da República.
  • Novembro, publicação da “Lei do Divórcio”.

1911

  • Fevereiro, decretado pelo Governo Provisório da República Portuguesa, constituído por vários maçons, o Código do Registo Civil.
  • Abril, publicação da “Lei da Separação da Igreja do Estado“.
  • Agosto, primeira Constituição Republicana.

1912

  • Junho, reforma dos estatutos da Sociedade Promotora de Sociedade Promotora de Asilos, Creches e Escolas, e alteração da denominação para Sociedade Promotora de Escolas.
  • Se muitas vezes a politização da obediência foi um fator de divisão, agora a cisão compreendia as questões de rito e de formalidade, num braço de ferro entre o poder legislativo e executivo, a Grande Dieta e o Conselho da Ordem e o Supremo Conselho do Grau 33. A Constituição de 1914, foi contestada pelo Supremo Conselho do Grau 33 que a considerou contrária aos acordos de 1869. Este, tendo o apoio e reconhecimento de várias estruturas maçónicas estrangeiras, constitui a sua própria Obediência, o Grémio Luso-Escocês.
  • A esta nova Obediência aderiram várias Lojas e Triângulos. Segundo os dados de 1913, o Grande Oriente Lusitano Unido tinha cerca de 4400 Obreiros e 198 Lojas, após a cisão o número passa para 2800 Obreiros e 147 Lojas.

1915

  • Maio, revolta contra a Ditadura de Pimenta de Castro que contou com a ação de vários maçons do GOLU, Norton de Matos, Sá Cardoso, Freitas Ribeiro e Afonso Costa.
  • Julho, início da I Guerra Mundial.

1916

  • Março, entrada de Portugal na I Guerra Mundial.

1917

  • 5 de dezembro, Golpe de estado protagonizado por uma Junta Militar Revolucionária, encabeçada por Sidónio Pais.

  • Dezembro, Assalto e destruição do Palácio Maçónico pelos apoiantes sidonistas, após uma primeira tentativa de assassinato de Sidónio País.

1918

  • Novembro, fim da I Guerra mundial.
  • Dezembro, assalto e destruição do Palácio Maçónico pelos apoiantes sidonistas, após uma primeira tentativa de assassinato de Sidónio País.
  • Com a instabilidade política, a politização da maçonaria pelas várias fações republicanas e a perda progressiva de obreiros, as duas Obediência encetam conversações para uma reunificação face aos acontecimentos vividos no país.
  • No final de 1925, chega-se a um entendimento, tendo a reunificação do Grémio Luso-Escocês no Grande Oriente Lusitano Unido sido efetivada em março de 1926.
  • Com a unificação da Maçonaria Portuguesa, em finais de 1926 o Grande Oriente Lusitano Unido contava com cerca de 3200 Obreiros, e cerca de mais de uma centena de Lojas e Triângulos em Portugal, na Europa e nas antigas colónias portuguesas.

1926

  • 28 maio, Golpe militar que eclodiu em Braga, sob a direção do General Gomes da Costa e que levou à queda da I República.
  • O movimento militar de 1926, não se repercutiu de forma imediata no Grande Oriente Lusitano. Muitos dos militares que participaram no golpe eram maçons do GOLU, como era o caso de Óscar Carmona, futuro Presidente da República, que fora iniciado no Triângulo n.º 1 de Chaves. Até 1929, o GOLU teve plena liberdade de ação e reunião, apesar de se sentir, ao longo do tempo, um afrouxamento da atividade e algum receio perante a situação política.

1927

  • Fevereiro, revolta falhada contra a Ditadura, com a participação de vários maçons.
  • Outubro, uma circular do Presidente do Conselho da Ordem, Dr. Ramón de La Féria, espelha a preocupação perante os acontecimentos políticos e sociais “tenebrosa construção social levada a efeito pelos jesuítas, apoiados em poderosas oligarquias financeiras e políticas manobradas a seu talante”.

1929

  • Abril, as forças de polícia e da GNR cercaram o palácio e conduziram sob prisão, cerca de meia centena de sócios, que ficaram encarcerados no Forte de Monsanto.
  • Maio, encerramento do Palácio Maçónico e impossibilidade de reunir com liberdade, dependendo o acesso do livre-arbítrio do Governador Civil.
  • Junho, O Conselho da Ordem, através da circular n.º 1, determina a triangulação das Lojas. Esta ação tinha como objetivo desmembrar as Lojas em triângulos com um número máximo de cinco Obreiros. Desta forma, não levantaria suspeitas relativamente a reuniões e permitia realizar encontros em cafés ou residências particulares.

1930

  • Janeiro, foi permitido às Lojas o regresso à normalidade, muito embora se aconselhassem a manter a triangulação das Lojas.
  • Março, reabertura do Palácio Maçónico.
  • Abril, Discurso de Norton de Matos aos Obreiros do Grande Oriente Lusitano Unido “perante o tremendo desastre que representará para a Nação a vitória reacionária que se está preparando, é dever nosso empregar todos os meios pacíficos e dignos de que dispomos para desviar da Pátria as calamidades que a ameaçam”.

1931 – 1935

  • O Grande Oriente Lusitano Unido encontrava-se financeiramente numa situação muito grave. As contribuições para as instituições que estava sob a sua égide, os deveres de solidariedade para com os Obreiros deportados, demitidos, para com famílias, e perda de cada vez mais obreiros arrastaram a Obediência para uma situação de quase limite.
  • Dezenas de Lojas e triângulos cessaram toda a atividade, em 1931 o número de Obreiros baixou para metade em comparação com o ano de 1926. A consolidação do Estado Novo conduziu a um profundo declínio do Grande Oriente Lusitano Unido. A partir de 1931, o Palácio Maçónico não voltará a abrir as portas aos seus Obreiros.

1933

  • Abril, a Constituição de 1933, os alicerces para o Estado Novo

1935

  • Janeiro, apresentação na Assembleia Nacional, pelo deputado José Cabral, de um projeto de lei a proibir os cidadãos de fazerem parte de Sociedade Secretas, sob pena de serem presos, multados ou desterrados.
  • Fevereiro, Fernando Pessoa publica um artigo em defesa da Maçonaria no periódico Diário de Lisboa.
  • Maio, é publicado em Diário de Governo, n.º 115, Iª série, o Decreto-lei 1901 proibindo as Sociedades Secretas.
  • Face aos acontecimentos, o Grão-Mestre, sob o Decreto n.º 28, reedita o regime de triangulação para todas as Lojas.

1937

  • Janeiro, dissolução do Grémio Lusitano.
  • Fevereiro, entrega dos bens do Grémio Lusitano à Legião Portuguesa. Alguns dos objetos maçónicos confiscados (aventais, malhetes, insígnias) foram, mais tarde, para um Museu na Escola da PIDE em Sete Rios. A coberto da noite, vários irmãos conseguiram retirar do Palácio uma parte do arquivo pelas instalações da Tipografia Minerva Peninsular. O que restou do arquivo e da biblioteca, parte foi queimado e o restante foi entregue ao Ministério das Finanças.
  • Março, ocupação do Palácio Maçónico pelos Serviços de Ação Social e Política da Legião Portuguesa.
  • Agosto, por deliberação e edital da Câmara Municipal de Lisboa, a Rua Grémio Lusitano voltou a denominar-se Travessa do Guarda-Mor.

1939 – 1945

  • Setembro, Início da II Guerra Mundial
  • Durante este período o Grande Oriente Lusitano Unido esteve praticamente isolado. Tendo procurado, durante esse período, estreitar relações com as Maçonarias britânica e norte-americana. Contudo os esforços foram furtuitos, as Obediências anglo-saxónicas marginalizarão a Maçonaria Portuguesa alegando que não era reconhecida pelo governo do país.

1945

  • Setembro, fim da II Guerra Mundial.

1935 – 1974

  • Submetido à clandestinidade, o Grande Oriente Lusitano Unido viu as suas Lojas abaterem colunas e perder obreiros. Em abril de 1974, o GOLU contava apenas com meia dúzia de Lojas e menos de uma centena de obreiros em atividade. Os organismos paramaçónicos também sofreram o mesmo destino, ou desaparecem ou perderam a sua qualidade maçónica. As únicas paramaçónicas que mantiveram o seu propósito foram o Internato de S. João e a Escola-Oficina N.º1.

1974

  • 25 de Abril, a devolução da Liberdade. A revolução permitiu o reconhecimento do direito à livre expressão e reunião, “O direito à livre associação constitui uma garantia básica de realização pessoal dos indivíduos na vida em sociedade” (Decreto-Lei n.º 594/74).
  • Maio, devolução do Palácio Maçónico pela Junta de Salvação Nacional e regresso dos maçons à sua sede.
  • Dezembro, marcação de eleições gerais no Grande Oriente Lusitano, Decreto do Grão-Mestre Luís Rebordão.

1975 – 1976

  • Recuperação das relações institucionais com diversas Obediências maçónicas estrangeiras e a constituição de uma Comissão de Relações Exteriores.
  • Algumas Lojas que estavam desativadas desde a clandestinidade, voltaram aos trabalhos, tal como muitos Obreiros. A Obediência ia crescendo e recuperando a sua força e vigor.

1977

  • Edital municipal de restituição à Travessa do Guarda-Mor do topónimo anterior de Rua do Grémio Lusitano.

1978

  • Exposição evocativa do cinquentenário da morte de Magalhães Lima;
  • António Arnaut, futuro Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano e então Ministro dos Assuntos Sociais, realizava uma conferência sobre o Serviço Nacional de Saúde.
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1979

  • Republicação do Boletim Oficial do Grande Oriente Lusitano, que estava suspenso desde 1931.

1984

  • Cisão no Grande Oriente Lusitano, que levou à posterior constituição da Grande Loja Regular de Portugal.

1986

  • Inauguração do Museu Maçónico Português.

2002

  • Comemoração dos 200 Anos do Grande Oriente Lusitano, realização de um conjunto de iniciativas públicas e o lançamento, por parte dos CTT, de um selo comemorativo.

2022

  • Comemorações dos 220 anos do Grande Oriente Lusitano, com a execução de um conjunto de atividades tais como palestras, edição de um livro comemorativo, entre outras.