Grande Oriente Lusitano - Maçonaria Portuguesa

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Mensagem do Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano aos Cidadãos Portugueses

Em defesa da Dignidade Humana e de um mundo melhor

Caros Concidadãos,

Povo Português,

Ser Maçon, hoje, é ser contra todas as formas de tirania.

Ser Maçon, hoje, é defender, custe o que custar, a dignidade de cada ser humano.

Ser Maçon, hoje, é defender a natureza, o ambiente e preservar, com dignidade, as condições de vida no nosso Planeta.

Ser Maçon, hoje, é defender, salvaguardar e impor a defesa das liberdades de cada ser humano.

Ser Maçon, hoje, é aceitar, sem discriminar, a liberdade de exercício de todos os credos e espiritualidades que defendem a dignidade individual e coletiva do ser humano e que não pratiquem e promovam o fanatismo e a violência.

Ser Maçon, hoje, é respeitar os que não professam qualquer religião, como os que professam qualquer tipo de religião, mas que respeitam a dignidade individual e coletiva do ser humano.

Ser Maçon, hoje, é defender os regimes de representação democrática, as leis de cada Estado cujo poder político é exercido democraticamente.

Ser Maçon, hoje, é combater a corrupção. Ser Maçon é lutar pela Paz.

O Grande Oriente Lusitano, a Maçonaria e o seu Grão-Mestre assinalam, com grande preocupação, sintomas de autodestruição individual e coletiva, e que colocam em risco a vida em Liberdade, bem como a salvaguarda dos direitos e garantias dos cidadãos.

Os regimes democráticos estão doentes, fruto dos maus exemplos na conduta e prática dos representantes eleitos ou nomeados pelos Governos. Estes comportamentos, noticiados pelos órgãos de comunicação social, provocam o afastamento dos cidadãos da cidadania, da participação política e permitem que despontem discursos extremos e populistas.

Há quem, com sucesso, utilize as regras da democracia para alcançar influência e poder e, assim, destruir ou suprimir o respeito pelos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos e os valores universais conquistados.

O Grande Oriente Lusitano apela a todos os democratas e defensores das Liberdades, da Igualdade e da Fraternidade para que honrem a democracia, os mandatos, e fortaleçam, inovem, intensifiquem e diversifiquem a representação democrática para que os cidadãos se sintam bem representados e participantes. Os discursos e a ação na governação das cidades e dos países têm de sofrer uma alteração qualitativa e o exercício da política e da governação têm de voltar a centrar-se na criação das condições essenciais para a vida, individual e em comunidade, com qualidade e dignidade.

Os investimentos e a gestão das receitas e do património do Estado devem ter como fins últimos a prossecução dos direitos à Saúde, o apetrechamento intelectual e a transmissão de conhecimentos pelo cumprimento efetivo do direito à Educação de qualidade, de uma Habitação digna e de uma Justiça equitativa, a garantia dos meios para que uma vida digna ocorra desde o nascimento até ao ocaso da vida, garantindo meios e condições para uma alimentação saudável. Que os investimentos existam no respeito pelo meio ambiente e pelo equilíbrio entre a ação necessária dos homens e o respeito pelas múltiplas formas de vida na natureza.

A corrupção é o principal adversário dos sistemas democráticos e das instituições e só há um caminho para a prevenirmos e combatermos: eliminar a burocracia inútil e modernizar as administrações públicas para que sejam rigorosas e céleres na solução dos problemas dos cidadãos e das organizações. O combate à corrupção começa a vencer-se e a ter êxito dentro da máquina dos Estados e no exercício dos poderes a todos os níveis dos mesmos. O prémio do mérito e da competência deve prevalecer. O escrutínio prévio e público dos atos administrativos deve ser rigoroso.

O cumprimento destes objetivos evita que os discursos radicais aproveitem as ineficiências da máquina administrativa e as práticas indevidas para alimentarem o discurso do ódio e a adesão dos descontentes aos seus projetos de crescimento eleitoral e de conquista de poder.

A democracia, a representação democrática, integram um património de direitos e deveres, um conjunto de Liberdades, que a Maçonaria não abdica de defender e de promover.

Caros Concidadãos,

Povo Português,

O pilar da ação dos Maçons e a exortação que fazemos aos responsáveis dos Governos e organizações com poder para tal, é que não pactuem com o desrespeito pelo ambiente porque coloca em causa o mundo e, em especial, os territórios onde a liberdade e a dignidade dos cidadãos são mais respeitadas. As alterações climáticas (e a poluição resultante da ação humana) estão a minar o Mundo e as democracias.

A escassez e falta de acesso a recursos naturais essenciais provocam disputas territoriais, guerras, insegurança, desemprego e ausência de meios de subsistência, doenças e fome, medidas repressivas sobre os cidadãos e a emersão de governos autoritários bem como o florescimento de mercados informais e a ação de organizações criminosas. Os estados mais pobres e fracos ficam à mercê de interesses criminosos e as populações ficam subjugadas a essas organizações. Resta-lhes a fuga massiva para onde julgam haver esperança para uma vida digna.

E esta migração massiva de pessoas desesperadas está a provocar mortes, está a provocar dificuldades de entrosamento nos locais de destino e está a fazer aumentar discursos xenófobos, racistas e a promover a exploração de mão-de-obra escrava.

Caros Concidadãos,

Povo Português,

Devemos fortalecer a nossa resiliência contra todas as formas de tirania. A nossa missão é garantir que cada indivíduo compreenda o valor da liberdade e os direitos inalienáveis que nos unem enquanto seres humanos.

O incremento tecnológico, a economia digital e a inteligência artificial também colocam desafios múltiplos aos homens, aos governos e aos Maçons. Devemos aproveitar as potencialidades das tecnologias e da Inteligência Artificial, mas estes avanços devem ser colocados ao serviço dos seres humanos e da cidadania.

Enquanto sociedade, devemos abraçar as vantagens que a inteligência artificial oferece, como melhorias na medicina, na eficiência energética e na gestão das nossas cidades. No entanto, é crucial que estabeleçamos um quadro ético forte para o desenvolvimento e uso da IA, assegurando que estas tecnologias sirvam à humanidade e não o contrário. Devemos fomentar a transparência nos algoritmos e garantir que esta nova tecnologia não perpetue preconceitos ou aumente a desigualdade social.

A concentração de poder nas mãos de grandes corporações tecnológicas não pode ser negligenciada. Estas entidades possuem um poder sem precedentes sobre a informação e a economia. É imperativo que haja um controlo democrático e justo sobre essas empresas, garantindo que contribuam muito mais para a sociedade através de uma fiscalização apropriada e de um regime fiscal que assegure uma justa redistribuição da riqueza que acumulam. Não podem existir entidades que se colocam acima do bem comum, agindo sem o devido escrutínio público.

Este é o momento de exigirmos uma postura responsável e comprometida destas empresas para com o tecido social e económico das nações onde operam. A riqueza gerada pela inovação tecnológica deve beneficiar a todos, não apenas uma elite. Devemos trabalhar para um futuro onde a tecnologia seja um pilar para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa, e não um instrumento de divisão ou de controle autoritário.

A tecnologia e a inovação fazem parte do nosso caminho para o futuro. Mas esse caminho deve ser trilhado com sabedoria e prudência, garantindo o bem-estar de todos os cidadãos e o respeito pelas nossas tradições democráticas.

Juntos, temos a força e a visão para enfrentar estes desafios. O Grande Oriente Lusitano compromete-se a ser um bastião de esperança e ação. Não nos demitimos do nosso dever de ajudar a construir um mundo onde as gerações presentes e futuras possam prosperar em harmonia e paz.

Não desistimos. Não deixaremos o Povo desistir da participação cívica e da cidadania.

Diremos e estaremos presentes.

Ontem, hoje e sempre: Liberdade, Igualdade e Fraternidade!

Lisboa, 11 de dezembro de 2023 Fernando Cabecinha

Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano – Maçonaria Portuguesa Palácio Maçónico

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