Grande Oriente Lusitano - Maçonaria Portuguesa

Fotografia 25 de abril

Saúde, Paz e Fraternidade!

Este ano comemoramos, com muito orgulho, os primeiros 50 anos da nossa democracia, tendo nós Maçons do Grande Oriente Lusitano desenvolvido neste período um dedicado esforço para a sua preservação e aprofundamento.

Estamos, então, no momento propício à evocação de todos os que deram a vida, perderam a liberdade e se expuseram em nome do futuro de um país que foi silenciado durante 41 anos pela mais longeva ditadura da Europa Ocidental no século XX. Porque o combate à polícia política, à censura, à discriminação e à guerra exigiu a determinação, o altruísmo e a bravura de milhares de resistentes, entre os quais se contaram, como é natural, muitos Maçons. Recordemo-los porque a história ainda não lhes fez inteira justiça.

Portugal ficou a dever ao Movimento das Forças Armadas, que tão bem soube corporizar a alma do nosso povo, a implantação da ambicionada democracia, derrubando o regime autoritário que arrogantemente continuava a designar-se Estado Novo. A Revolução de 25 de Abril de 1974 garantiu, desta forma, o desmantelamento dos mecanismos repressivos da ditadura, a libertação dos presos políticos, o fim da guerra em África e a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte. Restabeleceram-se desde então as liberdades fundamentais, tendo por base novas políticas económicas e sociais, em prol da defesa dos trabalhadores e do aumento da qualidade de vida dos portugueses: isto, temos de afirmá-lo categoricamente, não tem nada de despiciendo.

No ano seguinte, num imenso viva à liberdade, por ocasião das primeiras eleições por sufrágio universal, direto e secreto para a Assembleia Constituinte, 91% dos recenseados votaram nos seus representantes. A democracia consolidava-se, com a adesão do povo. Já a 25 de abril de 1976 era aprovada a nova Constituição, para que os ideais da Revolução dos Cravos florissem num esteio sólido, na senda de um país mais livre, mais justo e mais fraterno.

Os direitos de voto, de manifestação e de greve; a liberdade de imprensa e de organização sindical; o salário mínimo nacional; o acesso generalizado à saúde, à segurança social, ao ensino e à cultura e o poder local democrático são algumas das muitas conquistas de Abril que felizmente nos continuam a inspirar e que urge defender perante novos assaltos potencialmente totalitários.

Meio século depois da Revolução temos, mais do que nunca, a obrigação de honrar e de potenciar este extraordinário legado, para que Portugal possa ser um país ainda mais plural e tolerante e um exemplo de democracia para todo o Mundo. Só assim cumpriremos a nossa missão de Maçons nesta interminável jornada coletiva chamada democracia, aperfeiçoando a herança recebida que haveremos de confiar às próximas gerações.

VIVA A LIBERDADE!

O Grão-Mestre

Fernando Cabecinha

 Lisboa, 25 de abril 2024

Fotografia 25 de abril

Saúde, Paz e Fraternidade!