Grande Oriente Lusitano - Maçonaria Portuguesa

A ideia inicial nasceu por iniciativa de Franco Franchi, Grão-Mestre da Grande Loja da Itália no ano 2000, quando lançou um apelo a todas as potências maçónicas da bacia do Mediterrâneo para debater “em que medida as raízes culturais comuns da tradição mediterrânica, influenciam o processo iniciático”. Desde então o projeto evoluiu e a União Maçónica do Mediterrâneo é hoje uma associação de 15 Obediências, adogmáticas e liberais dos países da bacia do Mediterrâneo, ou da sua cultura.

A UMM trabalha para a manutenção e difusão da cultura e da história iniciática do Mediterrâneo e para o estudo dos problemas da atualidade. Pretende interpretar sinais dos novos tempos, não em competição, ou como alternativa a outras instituições maçónicos internacionais, mas com o objetivo de dar força e autonomia a uma Maçonaria livre das rígidas regras impostas pela Grande Loja Unida de Inglaterra. A UMM tem uma visão aberta e moderna da Maçonaria, que abrange não só a velha Europa, mas também países do Médio Oriente e do norte de África. Uma perspetiva que é a única a poder incentivar o diálogo para garantir um futuro de tolerância, respeito e partilha com todos os que sofrem guerras, fanatismo e privações de todo tipo.

Etapas importantes da UMM

Em 2000 o apelo da Grande Loja de Itália foi bem acolhido e a 12 de Fevereiro realizou-se um primeiro Encontro na província de Reggio Calabria – centro ideal da Magna Grécia. Com a participação de delegados da Espanha, Grécia, Líbano, Bulgária e Roménia, o debate centrou-se no tema “O Mediterrâneo como um centro de cultura e tradição iniciática”. Foi altamente positivo e resultou na confirmação de que existe uma ligação entre a instituição maçónica e as mais antigas escolas iniciáticas A comunhão das origens mediterrânicas refletiu-se na prática Maçónica e alimentou o desejo de aprofundar este conhecimento, com a organização de futuros encontros. 

A Grande Loja da Itália promoveu o II Encontro em Palermo a 4 de novembro de 2000, sugerindo desta vez, uma comparação entre duas culturas diferentes “Tradição iniciática mediterrânica, verso tradição iniciática norte-atlântica”. No debate destacaram-se as convergências pelo fio condutor da Maçonaria, mas também a especificidade de cada uma das duas tradições, preservada ao longo do tempo, especialmente na área do Mediterrâneo. Aspeto significativo desta segunda edição foi a de que às delegações estrangeiras se juntou o Grande Oriente de França, representado por Gerard Cambuzat seu Grão-Mestre Adjunto.

Alcançado um ritmo de reuniões anuais, pelo Grande Loja de Itália organizou em novembro de 2001 o III Encontro em Nápoles. Desta vez, para além de aprofundarem o tema da tradição iniciática Mediterrânica, as potências maçónicas presentes decidiram assinar um Protocolo de intenções intitulado “Cadeia de União maçónica iniciática Mediterrânica” que marcou o nascimento da nova instituição internacional. As Obediências signatárias foram: o Grande Oriente de França, o Sereníssimo Grande Oriente da Grécia, a Ordem Maçónica Internacional Delphi, a Grande Loja de Itália de ALAM, a Grande Loja Maçónica Feminina de Itália, a Grande Loja Central do Líbano, a Grande Loja dos Cedros, a Grande Loja Simbólica Espanhola, e a Grande Loja Liberal da Turquia.

A Quarta Conferência foi realizada em Beirute em 2003 pela Grande Loja dos Cedros, com o tema “O ponto de encontro Mediterrâneo entre Oriente e Ocidente.” Para além da fertilidade das ideias que emergiram do debate e a partilha de intenções entre as Obediências Mediterrânicas, o encontro serviu para definir os aspetos organizacionais. Ficou definido o nome “União Maçónica do Mediterrâneo”, foi escolhido o logotipo e dada a coordenação permanente à Grande Loja da Itália. Decidiu-se ainda o calendário anual para a organização dos Encontros e as regras de admissão de novas Obediências.

O V Encontro foi organizado pela Grande Loja Simbólica Espanhola em 2004, em Tarragona. Os temas tratados demonstraram que, após os primeiros encontros de estudo e análise comparativa, a UMM era agora uma realidade capaz de enfrentar questões mais relacionadas com os problemas da modernidade, como a construção de uma democracia multicultural, com a recuperação de uma ética de tolerância, a fundação de uma consciência comum e a criação de uma área de laicidade/secularismo.

O VI Encontro foi promovido em Atenas pela Ordem Maçónica Internacional Delphi em fevereiro de 2006. Confirmou o interesse crescente na nova instituição, não só por Obediências de países da bacia Mediterrânica, mas também por outras mais distantes. De acordo com o desenvolvimento operacional da União, o tema em debate foi “Identificação das diferenças culturais que impedem a criação de um espaço comum no Mediterrâneo”. Os resultados foram muito interessantes. Em termos de crescimento interno houve um acontecimento particularmente significativo – a admissão de duas potências maçónicas do outro lado do Mediterrâneo: a Grande Loja de Marrocos e o Grande Oriente Lusitano – de países que apesar de se localizarem na costa Atlântica, são fortemente influenciados pela civilização mediterrânica. Com esta última admissão, a UMM demonstrou a sua vocação universal, não se limitando a uma área geográfica, mas a todas as áreas que reconhecem na cultura mediterrânea, o elemento formativo do seu desenvolvimento.

Em 2007 a organização do VII Encontro coube à Grande Loja Liberal da Turquia. Decorreu em Antalya e teve como tema “A difusão da Maçonaria pode ser realizada a partir do Mediterrâneo?” Desta vez foi claro e explícito que Obediências pertencentes à União se questionaram sobre um possível renascimento da Maçonaria, com base na redescoberta das raízes sólidas e de prestígio da tradição mediterrânica. A resposta foi positiva e resultou numa declaração final assinada por dez potências maçónicas e por sete delegações presentes como observadores. Ficou estabelecida a intenção de usar os recursos da cultura mediterrânica para enfrentar os desafios da nossa sociedade em mudança e buscar o caminho da paz. Foi aceite a entrada da Grande Loja Unida do Líbano.

O VIII Encontro foi organizado pelo Grande Oriente de França em Marselha, em abril de 2008. Nele se discutiu “O compromisso da Maçonaria adogmática na modernidade: busca da paz na Bacia do Mediterrâneo”. Alcançada a maturidade da partilha total entre as potências, a UMM aspira agora à realização de projetos que podem dar sentido pleno às intenções filantrópicas expressas pelos delegados observadores de outras Obediências em todos os Encontros. As atas dos sete primeiros Encontros foram publicadas pelas Obediências anfitriãs.

O IX Encontro realizado em Veneza, em Novembro de 2009, marcou uma nova fase da UMM com a aprovação de uma Declaração conjunta. Nela, os membros das Obediência comprometeram-se a tomar medidas concretas a favor da geração mais jovem dos países mediterrânicos, sobre quem recaem todas as esperanças num futuro de compreensão e solidariedade entre os povos da região. Decidiu-se estabelecer um prémio no valor de 10.000 €, para promover “projetos humanistas de grupo, ao serviço do diálogo intercultural e da cooperação entre países mediterrânicos da juventude “. A conferência de Veneza ficou ainda marcada pela adesão da Grande Loja Feminina de França e da Federação Internacional do Direito Humano à UMM.

Em Abril de 2011 foi realizada o XI Encontro em Montpellier, numa organização conjunta da Grande Loja Feminina de França com a Federação Francesa de Direito Humano. “A emergência de uma nova ordem global através dos valores da Maçonaria adogmática e liberal.” Foi o tema em debate

Em 2012 coube ao Grande Oriente Lusitano ser responsável pela organização do XII Encontro da UMM. “Os desafios democráticos no Mediterrâneo” foi o tema que preencheu o debate entre os delegados de todas as Obediências. Destacaram-se as experiências protagonizadas pelas maçonarias de Marrocos, Líbano e Turquia, mas também de Itália, Grécia, Espanha, França e Portugal, face ao ambiente de crise económica atual. 

Membros da UMM:
Gran Logia Simbólica Española,
Grand Loje Feminine de France
Grand Orient de France
Federation Francaise OMMI «Le Droit Humain
Ordre Maçonnique International DELPHI,
Séréníssime Grand Orient de Grèce,
Gran Loggia d’Italia
Gran Loggia Massonica Femminile d’Italia
Grande Loge des Cèdres,
Grande Loge Centrale du Liban,
Grande Loge Unie Du Liban
Grande Loge Unie du Maroc
Grande Oriente Lusitano
Grande Loja Feminina de Portugal
Grande Loge Féminine de Turquie